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Business Model Canvas e Lego Serious Play como ferramentas de negócio

Todos têm ideias para novas soluções, sejam de produtos ou serviços, mas a verdade é que nem toda ideia é uma inovação. Até que se tornem realmente viáveis, elas precisam ser confrontadas com a realidade e aperfeiçoadas.

Como o processo para inovar não é uma ciência exata, não se pode tratá-lo como uma linha de produção. A inovação é atingida pela tentativa de desenvolver várias ideias, mesmo que sejam incertas em determinado momento, por isso, é necessário errar cedo para acertar o quanto antes.

Mas poucas empresas, principalmente as novas, sabem conduzir um processo consistente e efetivo, que permita a geração e validação de novos modelos de negócio e ideias, para transformá-los em produtos e serviços viáveis.

Por isso, neste post vamos falar sobre post-its e blocos lego como ferramentas para criar e validar ideias, utilizando metodologias como o Business Model Canvas e o Lego Serious Play.

E como sabemos que para muitos, essas metodologias não são novidades, no final falaremos também sobre a combinação ou encaixe das duas, para criar modelos de negócio em 3D.

Post-it merece uma homenagem

A marca, companheira inseparável de muitos profissionais, já homenageou os criativos que passam noites em claro fazendo rascunhos ou transformando ideias em projetos.

A mensagem que assina o anúncio é realmente a cara da post-it: “ideias brilhantes que merecem ser lembradas”.

Afinal, quadros de tarefas e muitas metodologias foram desenvolvidas para serem utilizadas com os adesivos coloridos. E eles se tornaram símbolo de inovação!

Mas tratá-los como símbolo é quase um pecado, considerando a sua utilidade enquanto ferramenta.

Quadros com post-it, além de gerar motivação, pela possibilidade de colaboração, serem de fácil compreensão e organização, eles ajudam na criação de várias ideias de forma rápida e permite descobrir quais são as fracas, para desenvolve-las.

E isso se torna explícito para a criação de Modelos de Negócio com Business Model Canvas…

Antigo x novo: Plano de Negócios ou Business Model Canvas?

Até pouco tempo atrás, saber se uma ideia de negócio era viável significava preencher um Plano de Negócios de 60 páginas, longo e cheio de informações comerciais, financeiras e contábeis.

Tinha muito empreendedor que só de olhar, já desanimava. E não era para menos. Para preencher aquelas páginas você precisava dominar conceitos contábeis e financeiros que a grande maioria dos empreendedores não conhecia (e ainda não conhece!). Eram necessárias horas de estudo, caso não pudessem contratar profissionais para fazê-lo.

E, no final de tudo, ainda corria o risco de concluir que o negócio não valeria a pena.

Em uma economia ágil e dinâmica como a atual, onde as oportunidades surgem tão rápido quanto aparece uma startup para ganhar dinheiro com elas, demorar tanto tempo apenas para saber se a ideia vale a pena, não faz mais sentido.

Foi nesse contexto que o Business Model Canvas (BMC) foi desenvolvido. Um manual para visionários e sonhadores que contestam os modelos tradicionais.

Criado por 470 empreendedores de 45 países diferentes, o conceito do Business Model Generation acabou produzindo um quadro (ou canvas, se preferir) que se popularizou no mundo inteiro, como a nova forma criar e aperfeiçoar modelos de negócio.

O seu objetivo é, de maneira rápida e prática, projetar sua ideia de forma ampla, identificando qual será o modelo de receita e como as várias áreas do negócio vão se relacionar para atingir o objetivo de fazer com que a empresa funcione, gerando valor aos clientes.

Tudo isso em um quadro?! Pois é…

Mas, antes que você jogue fora o plano de negócios da sua empresa, saiba que ele também pode ser muito útil, depois de validar sua ideia.

Então, você pode usar o canvas para se certificar que a sua ideia de negócio é viável e, depois, fazer o plano de negócios para definir os rumos da futura empresa, depois de estabelecida.

E, acredite! Ele será muito útil caso você queira ir no banco pedir um empréstimo ou participar do Shark Tank Brasil, para convencer um tubarão a investir no seu negócio.

Como funciona o Business Model Canvas

Tecnicamente, o BMC é um grande quadro, dividido em 9 seções ou blocos. Mais simples e objetivo, impossível.

Entre as diversas vantagens em utilizá-lo, destaca-se a possibilidade de ser usado em equipe, e aí entram os post-its, que podem ser inseridos no quadro em sessões de brainstorming. Afinal, muitas cabeças juntas pensam melhor do que uma, facilitando o surgimento de soluções inovadoras e tornando todo o processo muito mais ágil.

Para preencher os nove blocos do Canvas, você precisa responder às perguntas abaixo, para depois colar os post-its, que podem ser modificados, conforme suas ideias avançam. Vamos ver como funciona:

1. O que vou fazer?

Nesta etapa, você vai preencher o 1º bloco, que é a sua Proposta de Valor. Aqui você deve identificar o motivo pelo qual as pessoas vão adquirir seus produtos e serviços.

Você deve pensar se está atendendo a uma necessidade, resolvendo um problema ou melhorando alguma situação existente.

Ou seja, tente responder, da maneira mais prática possível, a pergunta:

“Por que os clientes comprariam de mim e não da concorrência?”

2. Para quem vou fazer?

Depois de definir seu produto ou serviço, é hora de decidir para quem você vai vender. Qual é o seu público-alvo? A quem é dirigida sua Proposta de Valor? Nesta etapa, você vai preencher os seguintes blocos:

Segmentos de Clientes (ou de mercado): qual é o perfil dos seus clientes? Onde se localizam? Quais são as características socio-demográficas que possuem em comum? São algumas perguntas a serem respondidas aqui. Uma ótima ferramenta que você pode usar para buscar as respostas, é a pesquisa de mercado.

Canais de distribuição: já sabe quem são seus clientes e onde eles estão. Agora, como você fará para sua solução chegar até eles? Dependendo do seu negócio, pode ser os Correios, internet ou motoboy. Você decide.

Relacionamento com clientes: aqui são os canais de relacionamento, por onde você poderá mostrar toda a sua simpatia e competência para conquistar e fidelizar seus clientes. Nem preciso dizer que, no mínimo, suas redes sociais devem estar preparadas para isso, certo?! Além delas, você pode contratar um CRM ou call-center, se fizer sentido para o seu negócio.

3. Quanto e como vou receber?

Agora, você deve descobrir como e quanto ganhará com seu negócio e preencher o bloco Fontes de Receitas.

Existem várias formas de cobrar pelo seu produto ou serviço, mas, antes, você deve decidir o quanto vai cobrar. E, preciso te avisar, que precificação costuma ser uma dor de cabeça para todo empreendedor.

Porque o valor cobrado pelo seu produto ou serviço deve possuir uma relação muito forte com a sua Proposta de Valor. E esta possui um viés subjetivo, pois, depende de quem avalia.

Uma maneira prática é você avaliar os custos totais de produção, a margem de lucro desejada e, depois comparar esse preço aos praticados pelos demais players do mercado para verificar sua coerência.

Depois de calcular o preço, você terá que decidir pelas formas de cobrança ou canais de pagamento. Eles podem ser por venda direta, assinatura, comissionamento, entre outros.

4. Como vou fazer?

Hora de entender como funcionará a estrutura do seu negócio. Essa pergunta abrange os seguintes blocos:

Recursos: é tudo o que você precisa para entregar o que foi prometido ao cliente. Aqui entram as máquinas, móveis, profissionais contratados, entre outros.

Atividades: definição do seu core business, ou seja, as atividades principais que você realizará. Lembre-se: sempre há um parceiro que poderá facilitar sua vida

Parcerias: fornecedores e parceiros que serão necessários para apoiar o seu negócio, terceirizando as atividades necessárias para otimizar sua produção.

5. Quanto isso tudo vai me custar?

Hora da “dolorosa”. Ou seja, quanto vai custar criar e manter toda essa estrutura?

Esse é o último bloco do canvas, chamado de Despesas ou Estrutura de Custos, onde você definirá todos os custos envolvidos para operar o seu negócio.

Como você percebeu, as respostas irão preencher o canvas, permitindo que você descubra como cada bloco está relacionado aos demais.

E, o melhor, é que você pode ir ajustando o seu modelo quantas vezes for necessário (por isso os post-it, sacou?!), até conseguir perceber o negócio como um todo.

Por isso, se você se empolgou (ou se preocupou) e quer um template para chamar de seu? Então clique AQUI e baixe um gratuitamente!

Podemos garantir que a metodologia funciona. Aqui, na HX, usamos para entender melhor o negócio de nossos clientes, e essa compreensão, acredite, nos ajuda a promover uma experiência diferente de escritórios tradicionais.

Acabamos nos tornando especialistas na ferramenta, a ponto de alguns empreendedores chegarem a pedir nossa ajuda para criar seu modelo de negócios, ou aprimorar os já existentes.

E os blocos de lego, também merecem homenagem?

Certamente!

Provavelmente, quando criança, você deve ter brincado de Lego. Se não brincou, pelo menos sabe do que estamos falando. Aqueles bloquinhos coloridos que podem se encaixar para criar (quase) tudo o que sua imaginação alcança.

O sucesso desde sempre dos pequenos blocos, se justifica:

  • Existem 2.400 formatos diferentes de tijolos Lego.
  • Mais de 400 milhões de crianças já brincaram com produtos Lego.
  • Existem 62 peças de Lego para cada um dos 6 bilhões de habitantes da Terra.
  • São fabricados por ano 306 milhões de pneus para os carros e tratores Lego.
  • Os tijolos são tão versáteis que a Lego calcula que com apenas 6 tijolos de 2 x 4 pode-se obter 915.103.765 combinações diferentes.
  • A Lego produz 19 bilhões de componentes por ano, ou seja 2,16 milhões por hora, ou 36.000 unidades por minuto.
  • Os tijolos Lego estão disponíveis em 53 cores diferentes.
  • Já foram produzidos 400 bilhões de tijolos Lego desde 1949.
  • Os tijolos Lego vendidos durante um ano chegavam para dar a volta ao planeta 5 vezes e 40 bilhões de tijolos empilhados chegariam a lua.
  • Os Legos são muito mais do que um brinquedo. As suas peças são usadas da pré-primária até a universidade e servem para ensinar de tudo, de matemática e ciências até princípios de engenharia e tecnologia.

Como não fazer essa menção honrosa aos pequenos blocos coloridos?

Se você ainda não brincou de com os tijolos, não se preocupe, ainda há tempo…

Então vamos brincar de Lego?

Os bloquinhos coloridos, que a gente adora, concebidos para crianças desenvolverem habilidades criativas e cognitivas (e desenvolvem mesmo!), se tornaram uma poderosa ferramenta para potencializar a inovação e a criatividade nas empresas, elementos essenciais para a criação de novos negócios.

Pense com suas mãos e ouça com seus olhos.

A metodologia Lego Serious Play surgiu em 1996, em uma parceria da empresa Lego com o IMD (International Institute for Managment Development), da Suíça, e o MIT (Massachusetts Institute of Technology), dos Estados Unidos.

Após uma extensa pesquisa científica nas áreas de negócios, desenvolvimento organizacional, psicologia e aprendizagem, eles desenvolveram um método, onde os bloquinhos são usados de forma visual e divertida, para desenvolver competências, estimular a inovação, a criatividade, a visão estratégica e o trabalho em equipe.

Ou seja, tudo o que um negócio, novo ou já estabelecido, precisa.

A ferramenta já foi utilizada pela NASA e por inúmeras organizações em todo o mundo, como Asics, Coca-Cola, Disney, Microsoft, só para citar algumas.

Enquanto juntam pecinhas para formar imagens 3D, executivos e empreendedores conseguem se comunicar melhor, resolver problemas e compreender de forma mais clara os processos da empresa.

E as capacidades dos participantes, algumas esquecidas desde a infância, vão sendo desenvolvidas de forma disruptiva.

E como usar o Lego com o BMC?

Juntando tudo e montando um plano de negócios inovador.

Já pensou se juntássemos as duas metodologias? Pois, tem muita gente fazendo isso e montando um plano de negócios inovador. Vamos ver as vantagens para sua empresa em usar o canvas com o Lego?

Pensar fora da caixa: você pode pensar que os bloquinhos vão apenas substituir os post-it e que isso não tem nada demais, certo?! Errado! Usando o Lego Serious Play é possível criar um modelo 3D de cada bloco. A visualização em conjunto com a manipulação manual das peças ativa, de forma muito mais eficiente, a imaginação e a criatividade dos participantes. É um poderoso gerador de novas ideias e de soluções alternativas;

É uma ferramenta interativa: lembra que um dos objetivos do canvas é relacionar os blocos entre si, identificando como as diferentes partes do seu negócio irão se comunicar como um todo? Com o Lego fica muito mais fácil construir protótipos que exemplifiquem essas ligações, tornando possível, até mesmo, identificar novas conexões ou imaginar cenários alternativos;

Criar clareza estratégica: na construção de modelos e paisagens compartilhados (duas técnicas de aplicação do Lego Serious Play), os membros precisam negociar para chegar a um entendimento comum sobre o modelo. Assim, cria-se uma base comum para a equipe dar os próximos passos em direção à criação da nova empresa;

É um jogo sério: o processo prepara os participantes para usar a criatividade na hora de tomar as melhores decisões, questionar o status quo e criar soluções inovadoras.

Concluindo, ao juntar estas duas ferramentas para criar um plano de negócios inovador, os participantes têm a oportunidade de desenvolver a imaginação e a criatividade.

E, através delas, pensar em modelos de negócios disruptivos e totalmente alinhados com o mercado dinâmico e competitivo que vivemos hoje.

Além disso, já foi comprovado que adultos aprendem melhor brincando. Então, se você tem uma ideia de negócio inovadora, que tal colocar a mão na massa? Ou, melhor, no Lego?

Se você quiser experimentar, mas não sabe nem por onde começar, ou precise de sugestões sobre a utilização das duas ferramentas, manda um email ou sinal de fumaça que teremos o maior prazer em te ajudar!

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